O Espírito Santo (ES), ocupando a 8ª posição no ranking de complexidade das Unidades Federativas (UFs), revela uma dinâmica econômica única. No contexto do Sudeste, o estado se posiciona acima de Minas Gerais e abaixo de São Paulo e Rio de Janeiro, delineando uma rica interconexão econômica regional.
Em termos geográficos, o ES figura como o 23º estado em extensão territorial e o 15º mais populoso. O ano de 2020 testemunhou um PIB de R$ 138 bilhões, enquanto em 2021, 942 mil empregos formais eram distribuídos entre 4,10 milhões de habitantes, sublinhando a significativa densidade populacional e a importância da força de trabalho na economia capixaba.
Contrariando expectativas, a dependência mineral não é exclusividade de Minas Gerais; o minério de ferro representa 29,4% do valor exportado pelo Espírito Santo, superando os 28,9% de MG. Uma comparação das pautas de exportação revela uma dominância ainda mais acentuada no ES, destacando a baixa diversificação da estrutura produtiva em relação a MG e a presença marcante de minerais e metais.
A escassa diversificação na produção, especialmente de bens mais sofisticados, expõe o estado à vulnerabilidade das receitas estaduais frente às oscilações nos preços internacionais de minérios e metais. Essa análise ressalta a necessidade de estratégias de diversificação econômica para fortalecer a resiliência frente a flutuações no mercado global.
Quanto aos destinos de exportação, o Espírito Santo diferencia-se de Minas Gerais ao ter os EUA como seu principal parceiro, respondendo por 31% das exportações. Este cenário destaca a importância de monitorar os movimentos econômicos globais, especialmente considerando a possível contração das exportações estaduais em decorrência de aumentos nos juros nos EUA.
No tocante às importações, o setor de Transportes representa cerca de 29%, evidenciando a influência crucial da infraestrutura portuária na economia capixaba. A China lidera as origens das importações, mas de forma menos concentrada, possivelmente relacionada à crescente indústria de aviação chinesa, conforme discutido no artigo citado.
Analisando as dinâmicas de emprego, a indústria de transformação desponta como o setor com maiores oportunidades, abrangendo a produção de bens essenciais. Contudo, a distribuição setorial revela uma concentração significativa da força de trabalho em setores periféricos, como comércio e serviços básicos. A administração pública, por sua vez, engloba mais de 17% do emprego no ES, destacando seu papel vital na estrutura ocupacional.
Ao examinarmos a distribuição da massa salarial, surge um contraste: a indústria de transformação, apesar de englobar atividades centrais, recebe uma parcela menor dos rendimentos totais em comparação com setores mais periféricos. Uma análise demográfica ponderada pelo gênero revela uma disparidade salarial notável, com a renda mensal total para mulheres representando apenas 66,5% daquela destinada aos homens.
Essa análise aprofundada do Espírito Santo proporciona insights valiosos sobre sua complexa dinâmica econômica e social. Esses elementos oferecem uma base sólida para estratégias de desenvolvimento sustentável, destacando áreas de potencial crescimento e desafios a serem superados para fortalecer a economia capixaba.