O estado do Pará destaca-se como uma das unidades federativas de menor nível de complexidade no cenário nacional. Sua posição é a 21ª no ranking de complexidade das UFs, evidenciando uma classificação que o coloca entre os estados com menor grau de complexidade. No contexto regional do Norte do Brasil, o Pará se posiciona abaixo de estados como Amazonas (AM) e Rondônia (RO), indicando uma dinâmica particular em termos de desafios e características socioeconômicas. Essa análise ressalta a importância de compreender as nuances específicas que moldam a realidade do Pará e a necessidade de abordagens adaptadas para promover o desenvolvimento e a melhoria de indicadores no estado.
O Pará, segundo maior estado do Brasil em área territorial, desempenha um papel fundamental na economia nacional. Em 2020, seu PIB atingiu R$215 bilhões, correspondendo a 2,85% do PIB nacional. Com ênfase na indústria extrativista, serviços públicos e comércio, suas exportações, predominantemente compostas por produtos minerais (69,5%), destacam ferro e cobre como principais impulsionadores do comércio exterior. A China lidera como principal destino, absorvendo expressivos 50,6%, seguida por Malásia (5,3%) e Japão (5,1%). A distribuição geográfica das exportações revela a Ásia como líder, recebendo 69,6%, seguida pela Europa com 20,4%. Esses dados sublinham a relevância do Pará na economia brasileira, especialmente em sua inserção no comércio global e a influência de suas atividades econômicas na balança comercial nacional.
Quanto ás importações, os produtos químicos e os minerais correspondem juntos a 74,3% do valor em produtos importados pelo estado, seguido por máquinas (12,4%). Logo, a importação é voltada para o desempenho das atividades econômicas que dominam as exportações locais.
Os EUA são a maior fonte de importações do estado (41,9%). Em seguida, aparecem a Rússia (12,2%), a Colômbia (7,5%) e a China (6,6%). A participação da América do Norte nas importações mantém-se preponderante com o decorrer dos anos.
No cenário salarial e de emprego no Pará, observa-se uma tendência alinhada a outras Unidades Federativas. As atividades econômicas que mais empregam no estado são a administração pública, responsável por 31% dos postos de trabalho, e o comércio, com uma participação significativa de 19,2%. Surpreendentemente, apesar de ser a principal produtora dos produtos exportados, a indústria extrativa detém apenas 2% dos empregos no estado.
Quanto à distribuição da renda mensal total, destaca-se que a administração pública concentra a maior parcela, representando expressivos 45,9%, totalizando R$1,6 bilhão. Na sequência, o setor de comércio contribui com 12,1%, equivalente a R$421 milhões do total do estado. Em contrapartida, a indústria extrativa detém apenas 4% da renda total. Esses números revelam disparidades significativas na distribuição de empregos e renda no Pará, destacando a predominância da administração pública nesse contexto.
Na análise das ocupações no mercado de trabalho no estado, a maioria dos vínculos está associada a trabalhadores nos setores de serviços e comércio (308 mil), seguidos por trabalhadores de serviços administrativos (210 mil) e especializados na produção (180 mil). A maior renda mensal na administração pública, apesar da baixa quantidade de empregos, destaca disparidades salariais. Isso evidencia que alguns setores, com menos trabalhadores, concentram uma maior parcela da renda, enquanto outros, com mais empregados, têm salários inferiores.
A renda média por gênero, etnia e escolaridade evidencia outras disparidades quanto ao emprego. As Mulheres recebem em média R$750 a menos que os homens. Ademais, a média dos que possuem ensino superior é 2 vezes maior em comparação com os trabalhadores que possuem ensino médio completo.
Por fim, o espaço de produto representa as limitadas oportunidades de diversificação econômica do Pará, restritas principalmente aos setores de mineração e produção de outras commodities. Produtos localizados nas periferias da redee, portanto, com menos conexões.