Comércio Brasil-Argentina:Aspectos Contemporâneos e as Mudanças dessa Relação ao Longo do Tempo.

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A Argentina, com uma população de 46,23 milhões e extenso território de 2,8 milhões de km², possui um PIB de US$ 487,2 bilhões. No âmbito internacional, destaca-se como o terceiro maior parceiro comercial do Brasil, tanto em importações quanto em exportações, em 2022.

Em 2022, as exportações brasileiras para a Argentina totalizaram $15,3 bilhões, representando 34,8% do comércio sul-americano. Contudo, esse valor indica uma redução notável em relação a 2012, quando a participação era de 44,8%, sinalizando mudanças significativas nas dinâmicas comerciais entre os dois países ao longo dessa década.

Nesse contexto,carros (9,9%) e peças para veículos (9,2%) despontam como os principais impulsionadores desse intercâmbio comercial, destacando-se na seção de transportes (25,3%), máquinas (16,1%) e metais (12,9%).

A mudança na participação argentina no comércio bilateral revela uma alteração na pauta exportadora ao longo dos anos. Enquanto a seção de transportes diminuiu de 38,6% em 2012 para 25,3% em 2022, os setores de metais e produtos de origem vegetal cresceram de 9,7% (2012) para 15,6%.

Em 2022, as importações brasileiras da Argentina atingiram R$ 13,1 bilhões, correspondendo a 4,8% do total importado. Em comparação com 2012, quando esse valor era de 7,4%, a queda na participação revela um arrefecimento nas relações comerciais entre os dois países ao longo da última década.

O setor de transportes desempenha um papel central nas importações, representando 38,4%. Destacam-se os caminhões de carga (19,2%) e carros (15,5%), enquanto produtos de origem vegetal, com ênfase no trigo (12,3%), compõem 21,5%. Na indústria de transportes, a Argentina figura de forma significativa, contribuindo com 25,1% das exportações e 25,6% das importações brasileiras, indicando uma participação equitativa no comércio bilateral desse setor.

Por fim, ao longo dos últimos 25 anos (1997-2022), a balança comercial entre Brasil e Argentina tem sido predominantemente superavitária, com exceção do período em 2019, quando ocorreu um déficit de -US$0,91 bilhão. A relação econômica Brasil-Argentina é crucial, especialmente no comércio de setores industriais complexos como o de transporte. Apesar de arrefecida nos últimos 10 anos, essa parceria ainda tem o potencial de gerar oportunidades econômicas importantes para ambos os países.