No ano de 2017 a Finlândia iniciará o programa piloto de renda mínima incondicional. Esse programa consiste em conceder 560 euros (equivalente a 1.990 reais ou 590 dólares) para um grupo de pessoas (dois mil no total) sem impor condições – basta ser finlandês para fazer jus ao recebimento dessa quantia. Em contrapartida, programas de auxílio social financiados pelo Estado seriam cortados para esse grupo (seguro-desemprego, auxílio-moradia, bolsas de estudo, entre outros). A expectativa é que esse programa ocorra nos anos de 2017 e 2018. Em 2019, os resultados serão avaliados e, se considerados adequados, o programa poderá ser estendido para toda a população do país.
O maior atrativo desse programa é que, de acordo com a classificação do Banco Mundial, os indivíduos considerados extremamente pobres (que vivem com no máximo US$ 1,90 por dia, ou US$ 54 por mês) e pobres (que vivem com no máximo US$ 3,10 por dia, ou US$ 93 por mês) deixariam de apresentar essa condição. Demais indivíduos que não se enquadram nessas duas classificações, mas que podem ser considerados de frágil situação financeira (ocupam postos de trabalho temporário, precário e com baixa remuneração) também seriam beneficiados.
Outros atrativos são que a discricionariedade envolvida na concessão de auxílios públicos seria eliminada, uma vez que não haveria esses tipos de programas; o gasto público, de acordo com fontes do governo finlandês, decresceria com a renda universal mínima; e a demanda agregada da economia ficaria fortalecida, dado que o poder de compra da população aumentaria.
A principal crítica é o temor pela perda de incentivo da população para trabalhar e, consequentemente, a perda de dinamismo da atividade econômica. Considerando o custo de vida da Finlândia, e ressaltando toda a subjetividade envolvida ao tentar mensurá-lo, para se viver adequadamente no país, é necessária uma renda que varia de 2 a 4 mil euros mensais para uma pessoa solteira. Desse modo, a renda universal mínima não parece que afetaria a disposição das pessoas para trabalhar. O programa prevê que, mesmo que o indivíduo possua um emprego, ele continuará recebendo a renda mínima.
A Suíça rejeitou o programa nesse ano, ao realizar um referendo a respeito de sua implementação. Não é certo que a Finlândia o adotará, teremos de esperar os resultados do programa piloto. De toda forma, é uma discussão que vem se fortalecendo na Europa, tanto em vista da perda de bem estar social da população, em decorrência da crise da dívida (em consequência da crise financeira de 2007 nos EUA e dos seus efeitos sobre as finanças públicas dos países da Zona do Euro), quanto pelo objetivo de extirpar a pobreza. Caso os pontos positivos desse programa sejam confirmados (principalmente o fato de reduzir o gasto público e eliminar a pobreza), a tendência seria sua disseminação para outras localidades, podendo representar o fim da pobreza mundial.
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Em 2013, quando o Playstation 4 foi lançado no Brasil, ele chegou com o incrível (surreal?) preço de 4 mil reais, o mais caro do mundo. O gerente da Sony (produtora desse vídeo game) da América Latina atribuiu o elevado custo aos impostos brasileiros. Isso fez com que a empresa produzisse o console no Brasil, o que reduziu o seu preço para R$ 2.600 em 2015. Atualmente, pode-se encontrá-lo por R$1.800 (ou até menos) em várias lojas. Seriam os impostos os culpados? Vendedores de carros e bancos comerciais, quando questionados sobre o porquê do elevado preço do carro e do alto spread bancário, também culpam os impostos. Alguma relação com o preço do Playstation 4?